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Monocultura do eucalipto expulsa populações de seus territórios no Extremo Sul da Bahia

O desequilíbrio ecológico causado pela monocultura é um dos fatores que prejudicam pequenos agricultores

Em 31 de maio, o presidente Lula sancionou uma lei que exclui o cultivo de eucalipto e de pinus da lista de atividades que precisam de licenciamento ambiental. A decisão não levou em conta recomendações do Ministério Público Federal e foi criticada por ambientalistas e movimentos populares.

Para comentar o assunto, o Central do Brasil entrevistou Felipe Otávio Campelo e Silva, da direção estadual do MST da Bahia e da coordenação da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto. A escola fica no Extremo Sul da Bahia, região onde há muitas plantações de eucalipto.

“A monocultura do eucalipto vem se estabelecendo na região a partir da década de 80, e basicamente, ela tem expulsado povos tradicionais, camponeses e indígenas por uma série de motivos. Tanto na sua entrada na região, com a pistolagem, com a grilagem de terras, até a dificuldade das famílias permanecerem na terra, porque estão cercadas de eucalipto por todos os lados”, explica Campelo e Silva.

O desequilíbrio ecológico estabelecido nessas regiões, causado pela monocultura com uso de agrotóxicos, também acaba expulsando os agricultores. “O aumento do número de pragas acaba limitando a possibilidade dessas famílias camponesas permanecerem em suas áreas”. 

No entanto, para Campelo e Silva, a aprovação do projeto não surpreende.  “A bancada ruralista tem interferido diretamente nas mudanças das legislações. A conjuntura, a organização política dentro de Brasília, dentro do Congresso, tem permitido o desmonte dos mecanismos de preservação do meio ambiente, de regulação ambiental. Então, na verdade, não foi muito uma surpresa. Mas esperávamos que (Lula) vetasse. Seria um movimento importante, simbólico”, afirma. 

Fonte: BdF